terça-feira, 7 de outubro de 2014

Vida Líquida

Em seu livro, Vida Líquida o sociólogo Polonês Zygmunt Bauman, nos traz de forma brilhante a revisão de algumas definições (como consumo, cultura, progresso, medo e amor). Que estão presentes em nossas vidas e em constante remodelação. Segundo Bauman - essa vida líquida é uma vida em precariedade em condições de dúvidas. 
A vida líquida, assim como a sociedade, não podem manter a forma ou permanecer em seu curso por muito tempo.

Vivemos em uma época de superficialidades, talvez seja porque as inovações tecnológicas, a mídia, os governos e o mercado produziram uma forma mais acessível de “excluir, desistir e substituir”. E isso vem ocorrendo com uma celeridade, que de certa forma dá uma vida de caráter incerto.
Uma sociedade que parece estar se moldando no prazer, no imediatismo, e em um consumismo desenfreado, já não basta mais ter um sapato de marca, um veículo último ano, tem-se que ter a ilusão ou sensação de que esse mesmo sapato e o veículo foram criados adequadamente ao seu perfil.
Essa pressa que o indivíduo percorre entre o amor e desapego, importante e descaso, entre o moderno e ultrapassado, o fundamental e o desnecessário tem provocado um aumento significativo de entulho existencial. Cada um carrega consigo seu entulho que precisa ser descartado em algum lugar, e isso acontece através da ajuda dos mais diversos meios.
Distancia-se das pessoas reais, para se conectar com amigos virtuais das redes sociais, que se tornou um gatilho, de uma série de patologias no mundo líquido-moderno. Há uma busca constante por autoafirmação, através de postagens e representações, com o desejo de receber uma curtida – desencadeando uma compulsão de querer permanecer online, ou melhor dizendo conectado em uma realidade virtual de alienação.
Estamos permitindo que nossa vida “deslize por águas desconhecidas”, e é nesse sentido que precisamos refletir sobre o nosso atual contexto efêmero e descartável.

Luís Carlos
Psicólogo e Orientador Vocacional
CRP – 06/95367

Um comentário:

  1. Tratar a vida de qualquer jeito é não ter jeito para vida, afinal tudo que é qualquer, não tem valor!

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