segunda-feira, 30 de março de 2015

A Solidão



Num mundo cercado e vigiado 100% do tempo, muitas vezes é difícil sentir-se só, ou perceber-se só. Sempre tem um e mail, um whatsApp, uma notificação nas redes sociais, sem falar no telefone que não para de tocar. Somos solicitados o tempo todo!
Reitero a importância de ficar sozinho de vez em quando. A solidão não deve ser vista como algo negativo e sim como um momento de reflexão e introjeção. Vivemos numa esquizofrenia de vozes que nunca se calam, câmeras que nunca desligam e pessoas plugadas o tempo todo.
As pessoas não se perguntam se a outra está bem ou não. A pergunta é... Você está logado? Está on line?
Com isso nos envolvemos em relacionamentos medíocres e efêmeros, consequentemente terminamos esquecendo do nosso Eu e negligenciando principalmente nosso lado emocional.















(Esta é uma cena do filme 1984, que foi adaptado do livro homônimo do autor George Orwel, que cunhou o termo Big Brother, o Grande Irmão)

As vozes e respostas para muitas perguntas, está justamente na solidão e não no teclado do celular ou computador. A solidão a que me refiro é estar só e refletir, avaliar um pouco a sua vida, seus desejos e até se incomodar de verdade com algumas coisas. Não podemos deixar essas coisas que nos incomodam no mundo virtual.
Após essa cutucada na ferida é importante também que estejamos abertos a procurar ajuda profissional de um psicólogo. Não adianta nada parar para refletir e depois voltar correndo para o computador  e pesquisar algumas soluções no Google.
O psicoterapeuta Flávio Gikovate cita que a solidão é boa, que ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade a pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são como ficar sozinho: Ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.



Psicólogo Organizacional e Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br

segunda-feira, 16 de março de 2015

Zona de Conforto



Atualmente estou lendo um livro chamado Trem Noturno Para Lisboa, de um autor francês, chamado Pascal Mercier.
O livro conta a historia de um professor de filologia chamado Raimundus Gregórius, que após um encontro insólito com uma moça portuguesa, se encanta pelo seu sotaque. Depois desse encontro, Mundus como era chamado, resolve ir atrás dessa moça em Lisboa-Portugal, sem ter muitas informações sobre ela e de como irá encontrá-la. Por enquanto até aí nada normal, a não ser o fato de Mundus ter indo atrás dessa moça após abandonar seus alunos no meio de uma aula e sem dar explicações a ninguém.
Aí… me vem a seguinte pergunta.
O que pode levar as pessoas a abandonar suas zonas de conforto e sair para um mundo desconhecido?
Por que abandonar a segurança? Muitas pessoas dizem que é importante sair desse local enclausurante. Mas, quem é que gosta de correr risco?
Não estou defendendo uma coisa, nem outra. Apenas fazendo algumas provocações para entender melhor esta situação que incomoda, mas ao mesmo tempo oferece garantias de uma vida mais tranquila. Não estou encima do muro, tenho bem definido a minha opinião.
Afinal de contas, ao invés de fugirmos dessa tranquilidade e zona de conforto, corremos atrás dela como loucos, apesar do peso que isso pode trazer.


Buscamos sempre um trabalho que nos dê segurança profissional, uma família estável. E a duras penas conquistamos essas coisas. Depois dessas conquistas, por causas dos grilos e pressões externas, ficamos tentados a arriscar mais. Não estou incitando as pessoas a permanecerem cometendo os mesmos erros de sempre, as vezes inovando, cometendo um erro novo aqui, outro ali, mas nada que impacte a vida de forma significativa. Ficando em relacionamentos ruins, investindo tempo em coisas prejudiciais. Não há nada de confortável nessa situação.
Não podemos desperdiçar nosso tempo e talento em coisas que não nos tragam retorno, seja ele financeiro, afetivo, emocional. O que é pior? Estar num emprego que muitas vezes não é o dos sonhos, mas te remunera ou estar desempregado?
A vida é desconfortável, viver é arriscar-se!

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br