Qual será nossa cota emocional para suportar todos
os desafios que temos a vida? E não se trata dos desafios de longuíssimo prazo;
Criar um filho, ter um emprego estável, um relacionamento duradouro. Se trata
dos nossos limites que são testados cotidianamente.
No
filme Relatos Selvagens, podemos observar, o quanto estes pequenos momentos tem
o poder de minar nossas energias. Mas, antes de zerarem nossas energias, eles
conseguem demonstrar o quanto não conseguimos manter um mínimo e controle
diante de determinadas situações, que apesar de corriqueiras, exercem um grande
poder sobre nós, fazendo-nos cometer atos agressivos e por vezes até infantis,
quando nos sentimos injustiçados ou quando as coisas não saem exatamente como
planejamos.
Nesse
momento a comunicação com o mundo externo não acontece, ela transborda, essa a
hora do grito, do gesto obsceno, do palavrão. E tudo isso vem acompanhado de um
tsunami de sentimentos, que precisam ser identificados, pois provavelmente
sempre existiram e estavam a espreita, esperando o momento oportuno para
eclodir. Este momento será na hora que alguém furar sua fila no supermercado,
quando tiver que esperar alguém por eternos 5 minutos, tentar fazer uma
ultrapassagem de um carro mais lento e não conseguir.
Mas,
nem tudo está perdido, estes surtos tem um outro viés importante no nosso
processo de aprendizado, que é
autoconhecimento. Apesar de parecermos perfeitos desconhecidos para nós
mesmos e para as pessoas da nossa convivência, posso afirmar que este é um momento
de rara autenticidade nas nossas vidas e ao invés de ser criticado, deve ser
aproveitado para que possamos nos aperfeiçoar como seres humanos.
E você
já teve seu pequeno surto de hoje?
Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511