terça-feira, 28 de junho de 2016

Qual é o nosso limite?


                Qual será nossa cota emocional para suportar todos os desafios que temos a vida? E não se trata dos desafios de longuíssimo prazo; Criar um filho, ter um emprego estável, um relacionamento duradouro. Se trata dos nossos limites que são testados cotidianamente.
            No filme Relatos Selvagens, podemos observar, o quanto estes pequenos momentos tem o poder de minar nossas energias. Mas, antes de zerarem nossas energias, eles conseguem demonstrar o quanto não conseguimos manter um mínimo e controle diante de determinadas situações, que apesar de corriqueiras, exercem um grande poder sobre nós, fazendo-nos cometer atos agressivos e por vezes até infantis, quando nos sentimos injustiçados ou quando as coisas não saem exatamente como planejamos.


            Nesse momento a comunicação com o mundo externo não acontece, ela transborda, essa a hora do grito, do gesto obsceno, do palavrão. E tudo isso vem acompanhado de um tsunami de sentimentos, que precisam ser identificados, pois provavelmente sempre existiram e estavam a espreita, esperando o momento oportuno para eclodir. Este momento será na hora que alguém furar sua fila no supermercado, quando tiver que esperar alguém por eternos 5 minutos, tentar fazer uma ultrapassagem de um carro mais lento e não conseguir.
            Mas, nem tudo está perdido, estes surtos tem um outro viés importante no nosso processo de aprendizado, que é  autoconhecimento. Apesar de parecermos perfeitos desconhecidos para nós mesmos e para as pessoas da nossa convivência, posso afirmar que este é um momento de rara autenticidade nas nossas vidas e ao invés de ser criticado, deve ser aproveitado para que possamos nos aperfeiçoar como seres humanos.
            E você já teve seu pequeno surto de hoje?  


Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511