terça-feira, 24 de novembro de 2015

Desligue a câmera e aproveite o momento


Usando o trecho do filme A Vida Secreta de Walter Mitty (Ben Stiller), quando este encontra o fotografo Sean O’Conell (Sean Pen) e intrigado por que ele não registra na máquina fotográfica aquela cena em que ambos estavam vivenciando, este diz a Mitty: “Ás vezes eu não bato (a fotografia), se eu gosto muito de um momento, pessoalmente, eu não gosta da distração da câmera”.
Sei que atualmente é difícil realizar este feito, mas, afirmo, guarde o celular/câmera e aproveite o momento. As experiências são muito mais importantes do que as imagens, e perdemos segundos preciosos dessa experiência ao tentar achar o ponto ideal da câmera, ligando ou desligando o flash.
Estes momentos não precisam ser editados ou melhorados através de softwares, nem dependem do ângulo da luz ou da imagem de fundo, a beleza deles consiste exatamente na finitude do seu acontecer. Eles tem uma importância muito grande em nossa vida e não podem ser perdidos, ficando melhor representados em nossa memória, esta sim que nunca será perdida, nem terá a necessidade de ser formatada.
Não há nada mais prazeroso do que sermos os guardiões de nossas memórias.

Givaldo da Silva Costa Filho

Psicólogo Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Verbalização



Um dos pontos mais importantes do processo terapêutico é a escuta. Na verdade a escuta acontece mais por parte do paciente, o psicólogo é apenas o mediador da fala da pessoa consigo mesma. Alguns pacientes me falam no atendimento,

 “é muito estranho falar isso, eu já pensei, mas falar é completamente diferente”. 

Posso dizer que esse um ápice da terapia, pois é nesse momento que o paciente percebe-se assumindo as responsabilidades pela sua vida e falar para si mesmo quais são seus grandes problemas e angustias, auxiliam na evolução clinica.

 Este é um grande desafio que os psicólogos devem enfrentar, pois há uma resistência enorme das pessoas em assumirem seus problemas. O comportamento verbal tão importante para a vida e para a terapia fica cada vez mais complicado. A tecnologia voltada para a comunicação tem sido usada de forma negligente pelas pessoas, e ao invés de facilitar as conversa, causa uma confusão enorme. Há um discurso cheio de ruídos e a comunicação é corrompida. O volume de conversa é muito grande, mas o conteúdo é vazio. De modo que as pessoas não conseguem ouvir nem a si, nem ao outro.
Por mais incomodo que seja, é preciso que nos ouçamos!


Givaldo da Silva Costa Filho

Psicólogo Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br