quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Sobre arrumar o Guarda Roupas

A ideia de arrumar o guarda roupa me surgiu novamente durante um atendimento de hoje. E saiu uma ótima discussão com a paciente sobre pessoas acumuladoras. Me surgiu então o óbvio insight eu sei, sobre pessoas que acumulam sentimentos.
     No transtorno de acumulação compulsiva, as pessoas tem muita dificuldade em se desfazer de determinados objetos e até recolhem outros que esperam dar finalidade algum dia.
      Ok. E os sentimentos com isso?
     Quando mantemos sentimentos guardados, baseados em nosso histórico, seja ele pessoal, afetivo, profissional, familiar, etc.  Acreditando que em algum momento ele poderá ser utilizado para nos proteger de algo que criamos em nossas cabeças. E tal qual o acumulador de objetos, apenas estocamos algo sem serventia alguma, fantasiando um possível uso.
     Os sentimentos, assim como algumas coisas tem vida, e devem estar em movimento sendo utilizados de forma dinâmica.
     Recentemente li num artigo sobre tanatologia (estudo da morte) que um dos maiores arrependimentos das pessoas diante da iminência da morte, é não ter demonstrado sentimentos e ter passado a vida inteira construindo muros ao redor do coração para que ninguém percebesse o que estavam sentindo.
     Diria que dessa forma estamos sobrecarregando nosso guarda-roupa de emoções e mais dia menos dia ele terá que ser reorganizado.

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
givaldo20psc@yahoo.com.br

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Abismo


“Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha de volta pra você”
Friedrich Nietzche

Isso pode ser assustador, caso não esteja preparado para ter acesso a conteúdos mais profundos do seu ser. Parece complexo, mas se trata apenas de olhar para dentro de nós mesmos e assumirmos alguns sentimentos e emoções que norteiam nossas vidas e faz com que fujamos das nossas responsabilidades. Tal como se estivéssemos perdidos num labirinto e evitássemos a todo custo achar a saída.



Não podemos deixar nossa vida no modo aleatório e ao acessarmos e aceitarmos nossas emoções somos provocados a assumir responsabilidades que terceirizamos de forma a culpar/responsabilizar os outros por problemas que são causados por nós mesmos.
Temos que aprender a exigir respeito pela nossa história e também a nos respeitarmos, para que este olhar para o abismo não seja assustador e apresente um caráter de autoconhecimento.
Não se trata de algo fácil, mas acredito que tudo se aprende nessa vida.

Obrigado pelo Insight Lucas

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
givaldo20psc@yahoo.com.br

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A Difícil Arte da Escuta

         
          Somos provocados a ter opinião sobre tudo e muitas vezes estas provocações nos levam a querer ter a última palavra. Dificultando assim o nosso aprendizado e mais ainda a nossa escuta que já é tão deficitária.  E esta é uma habilidade que podemos aprender e através desse aprendizado, entender melhor o mundo e as pessoas que nos cercam.
         Numa discussão, a maioria das pessoas escuta para retrucar e não para aprender, dessa forma perdemos a possibilidade de com muita tranquilidade dar respostas e manter diálogos adequados.
         Nos preocupamos sempre em ter razão e entramos em discussões como lutadores de MMA num octógono.
         
          Porém, estes lutadores estudam seus adversários antes de partir para o combate. Quando esta luta se inicia, há uma série de regras que devem ser seguidas para manter o Fair Play (Jogo\luta Limpa), o juiz está ali para assegurar que isso aconteça. Mas, no octógono da vida temos que aprender\entender que não há a necessidade de ficarmos com a guarda levantada e prontos para retribuir o golpe que suspostamente iremos receber.

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo clínico