Sempre converso com as pessoas sobre o porquê
de fazer terapia, e sempre deixo claro que a terapia tem uma relação muito
forte com o autoconhecimento, mas não se trata apenas disso. O autoconhecimento
é apenas uma das muitas conseqüências do processo terapêutico. Porém, para se
conhecer as pessoas precisam entender que há muita dor e sofrimento no caminho,
incômodo com conteúdos que são inconvenientes.
Precisam entender também que eles se
colocaram nesta condição, e por dificuldade em lidar com determinadas questões,
preferem se manter presos a este sofrimento que já estão habituados.
Muito difícil aceitar que coisas novas e boas
podem acontecer em suas vidas, basta que queiram correr o risco e permitam-se
sofrer também por estas coisas novas. Este “algo novo”, seja relacionamento,
trabalho... Não será tranqüilo, mas
preferimos continuar sofrendo com aquilo que nos é familiar.
Mudar determinados padrões é difícil, mas é
importante que estejamos abertos a atentos as possibilidades que a vida nos
oferece. Temos também que ter paciência que este processo leva certo tempo e ninguém
evolui do dia para a noite. Neste ponto gosto de usar a palavra evolução e não
mudança. Mudar qualquer um muda, agora evoluir é difícil e leva tempo.
A terapia tem o poder de auxiliar neste
processo, fazendo com que saibamos lidar com estes conteúdos e possamos aprender
através de um olhar completamente livre de julgamentos sobre as nossas vivências.
É isso que o psicólogo faz, ouve sem julgar (disse isso para uma paciente certa
vez), parece simples, mas são poucos os ouvidos habilitados a ouvir dessa
forma.
Com a ajuda de um bom profissional é possível
iniciar esta viagem para dentro de si, se respeitando e sendo respeitado.
Muito obrigado pelos insights Luis Carlos, Patrícia
e Julia
Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo clínico