sexta-feira, 30 de setembro de 2016

VIRTUDES

             Depois de passar por tantas experiências adversas, qual foi a que te transformou em uma pessoa mais virtuosa?
            Ao longo de nossa vida passamos por muitos momentos complicados, que por vezes nos causam traumas. Muitas vezes dizemos que estamos calejados e não iremos repetir determinados comportamentos novamente; seja num relacionamento, no campo profissional, na família, etc. Sem perceber, terminamos ficando desatentos e quando menos esperamos, estamos lá, naquela situação insólita novamente, como num Déjà vu.


            Por mais que haja uma carga de culpa muito grande de culpa nesse histórico comportamental (eu prefiro chamar de responsabilidade, mas vai de cada um), não temos como negar que a experiência anterior, mesmo que tenha sido muito negativa, teve sim um papel importante na construção da sua personalidade e caráter, tornando sim você uma pessoa mais virtuosa.
            Não adianta se fechar ou negar o comportamento e o sentimento quando perceber este Déjà vu. O importante nesse momento é aceitar a condição que você se colocou novamente, e a partir disso começar algo novo.
            A psicoterapia pode ajudar muito em várias questões nessa situação, pois pode auxiliar na identificação de coisas boas nessas experiências passadas, fazendo com que seja lembrado também pelas virtudes adquiridas, não somente pelos vícios. Trazendo um olhar muito mais incondicional para as experiências futuras.

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Aceite-se

Já parou para pensar como é difícil ser quem você é!? E o quanto tudo isso custou ou ainda custa.
É uma batalha constante contra si e contra todos, as vezes parece que você está indo contra a maré e com isso a aceitação de si vai diminuindo cada vez mais, pois as vontades alheias e externas são por vezes muito mais fortes, causando uma crise de identidade.
Essa dificuldade de aceitação vai desde as suas escolhas e sua personalidade, até seu estilo de vida e seu corpo. A imposição de suas vontades e desejos faz com que muitas pessoas se afastem e digam que você está “estranha”, por que não quer fazer “isso ou aquilo”, e está indo contra algo que aparentemente para toda a sociedade é natural e/ou está na moda.




Dentro dessa batalha a ser travada contra o mundo (o seu mundo de cobranças principalmente) terá que lidar com pessoas, normalmente as mais próximas, dizendo que você está sendo egoísta. Nesse momento é importante estar atento a algo que sempre gosto de comentar, que é saber se você está sendo egoísta ou tendo uma postura mais firme diante de tanta pressão e cobrança para que você seja ou simplesmente aceite ser aquilo que verdadeiramente você não é.
Aceite-se e mude se você quiser, não se os outros lhe disserem que deve mudar.

“Você, outro não dá pra ser, sem crise, sem chance, que a vida é uma só”
Rico Dalasam

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511

terça-feira, 28 de junho de 2016

Qual é o nosso limite?


                Qual será nossa cota emocional para suportar todos os desafios que temos a vida? E não se trata dos desafios de longuíssimo prazo; Criar um filho, ter um emprego estável, um relacionamento duradouro. Se trata dos nossos limites que são testados cotidianamente.
            No filme Relatos Selvagens, podemos observar, o quanto estes pequenos momentos tem o poder de minar nossas energias. Mas, antes de zerarem nossas energias, eles conseguem demonstrar o quanto não conseguimos manter um mínimo e controle diante de determinadas situações, que apesar de corriqueiras, exercem um grande poder sobre nós, fazendo-nos cometer atos agressivos e por vezes até infantis, quando nos sentimos injustiçados ou quando as coisas não saem exatamente como planejamos.


            Nesse momento a comunicação com o mundo externo não acontece, ela transborda, essa a hora do grito, do gesto obsceno, do palavrão. E tudo isso vem acompanhado de um tsunami de sentimentos, que precisam ser identificados, pois provavelmente sempre existiram e estavam a espreita, esperando o momento oportuno para eclodir. Este momento será na hora que alguém furar sua fila no supermercado, quando tiver que esperar alguém por eternos 5 minutos, tentar fazer uma ultrapassagem de um carro mais lento e não conseguir.
            Mas, nem tudo está perdido, estes surtos tem um outro viés importante no nosso processo de aprendizado, que é  autoconhecimento. Apesar de parecermos perfeitos desconhecidos para nós mesmos e para as pessoas da nossa convivência, posso afirmar que este é um momento de rara autenticidade nas nossas vidas e ao invés de ser criticado, deve ser aproveitado para que possamos nos aperfeiçoar como seres humanos.
            E você já teve seu pequeno surto de hoje?  


Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A Paixão Perigosa - Parte 1


             Ao longo da nossa vida surgem muitas paixões, algumas vezes são apenas hobbies ou atividades de lazer que vamos substituindo, tão logo surgem outras coisas mais legais para fazer. Felizmente nos relacionamentos as coisas não funcionam exatamente dessa forma, pelo menos para muitas pessoas, há a preocupação em manter relacionamentos mais duradouros do que hobbies.
         O problema ocorre quando esse relacionamento vem acompanhado de um ciúme extremamente excessivo. Temos como exemplo na literatura Othelo de Sheakspeare que foi consumido pelo ciúme.
            A sabedoria popular por outro lado diz que o inferno não conhece fúria igual a da mulher ciumenta. Independente de quem sente mais ou menos ciúmes, essa é uma condição que se não tratada de forma adequada tem o poder de destruir o mais sólido dos relacionamentos.
            Um dos principais causadores do ciúme patológico é a insegurança. O medo de perder o outro faz com que as pessoas desenvolvam um sentimento de posse. Essa posse faz com que o amor se transforme em algo tóxico, que aos poucos vão se tornar sentimentos como; raiva, frustração, entre outros.
            Não podemos lidar com nossos parceiros como hobbies ou jogos que possuímos e é de uso exclusivo. Apesar de a palavra ciúme vir do Latim Zelumen e do Grego Zelos, e muitas vezes pode ser encarado como forma de amor, mas este zelo excessivo termina por sufocar e causar sofrimento tanto em quem sente o ciúme quanto quem sofre as consequências dele. 
           Há muitas abordagens filosóficas e psicológicas sobre o assunto, dentre as quais a mais polêmica é de Freud que em um de seus textos fala que o ciúme está dividido em três graus, sendo que o segundo de grau ciúme seria o projetado, significa que tendemos a projetar nossos próprios impulsos relacionados à infidelidade no nosso parceiro a quem, muitas vezes, juramos fidelidade.


      Obs- Como se trata de um assunto muito delicado este post será dividido em partes

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511

quinta-feira, 7 de abril de 2016

RELACIONAMENTOS



Em qualquer tipo de relacionamento que temos em nossas vidas, há uma doação gigantesca de si. Nos relacionamentos afetivos não é diferente, com um grande agravante que são as projeções que sempre temos em relação aos nossos parceiros.
Estas projeções atuam de forma negativa quando fazem com que nos anulemos em nossa vida, para viver apenas a vida da outra pessoa, causando assim uma despersonalização do caráter.
E mesmo que esse relacionamento evolua para algo mais sério, no fim das contas termina não sendo tão saudável, por vezes levando a uma vida infeliz e sem propósitos. E depois de um relacionamento longo, que não evoluiu para nada sério, fica uma sensação de frustração e de que perdemos nosso tempo, quando na verdade não foi somente o seu tempo que indiretamente foi perdido, pois nenhum relacionamento é construído por apenas uma pessoa, os mais modernos podem ter até três ou mais. Mas, esta nem é a principal questão.

 
Quando acontece um término deve-se sempre observar aquilo que foi positivo naquele relacionamento, que apesar de não existir mais, foi muito bom e com certeza teve momentos ótimos e o amor sem duvida nenhuma foi eterno enquanto durou, como já dizia Vinicius de Moraes em seu Soneto de Fidelidade.
Outro ponto é levar em consideração aquilo que não deu certo e apesar de sempre repetirmos alguns padrões, buscarmos algo novo, nesse novo alguém. Esta é uma fórmula difícil, pois aparentemente as personalidades, gostos musicais, biotipos e até os nomes se repetem muito no mundo.
No final das contas percebemos que as pessoas não mudam, quem muda somos nós e pasme, isso acontece por causa dos nossos relacionamentos anteriores.

Givaldo da Silva Costa Filho
Psicólogo Clínico
CRP 06-96511
givaldo20psc@yahoo.com.br